quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Afinal, o que aconteceu com Crash Bandicoot e porque ele deve voltar?

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Desde que o Playstation 4 foi lançado e que surgiu um vídeo com um possível viral onde uma imagem poderia querer dizer que Crash estava retornando à sua casa, ou seja, às plataformas Playstation como exclusivo, que as especulações começaram. Afinal, ter um mascote como marketing de seu console é um diferencial e tanto, algo que a Sony e a Microsoft nunca conseguiram realizar, como acontece com Mario e a Nintendo. No entanto a Sony tem saudades do tempo em que Crash era visto como seu mascote e em muitas vezes ele foi utilizado para ilustrar os jogos do PSone, como Sonic também foi para os consoles da Sega.
Mark Cerny, idealizador do PS4 e que participou da produção de Knack, também esteve no desenvolvimento deCrash Bandicoot. E para demonstrar que Knack poderia se tornar um grande jogo – ou ao menos as suas possíveis sequências, Cerny sempre usou Crash Bandicoot como exemplo. E motivos não faltam, afinal, Crashera um game de plataforma muito bem idealizado, muito bem executado e um dos primeiros jogos neste estilo à utilizar muito bem o 3D e a demonstrar o quanto este tipo de gráfico poderia render bons frutos para os jogos do gênero. O level design e os valores de produção eram impecáveis pra sua época, e o jogo deu para a marca Playstation o seu primeiro mascote.
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A série de Crash Bandicoot conseguiu conquistar uma audiência fiel, em todas as partes do mundo, vendendo 40 milhões de cópias desde a época em que a Naughty Dog era a desenvolvedora e a Universal detinha os direitos sobre o personagem e de seus títulos. Esse jogo é tão importante pra indústria que a IGN fez um artigo com o título “A história da Naughty Dog“, citando Crash como um dos grandes fatores da empresa ser tão grande hoje em dia. Muito material escrito foi criado através do Co-criador da série, Andy Gavin’s em “Fazendo Crash Bandicoot”tudo isso para representar a importância deste jogo e personagem nesta era dos vídeo games.
Já faz 17 anos desde que tudo começou, mas ainda é possível encontrar a série criada pela Naughty Dog em posições interessantes. Geralmente em listas dos melhores jogos de Playstation OneCrash sempre aparece entre os 5. Em listas dos 10 mais vendidos é a mesma história, e até hoje nos PSN Classics. Mesmo hoje em dia, as 3 versões originais de Crash Bandicoot são jogadas, isso sem contar que não se tratam de remakes, conteúdos novos por download, não possuem conquistas ou multiplayer. O jogo ainda é jogado pela sua forma, seu humor e seu personagem. Até mesmo a Sony deixou passar em 2012 uma grande oportunidade de inserir um dos seus maiores ícones em seu jogo de luta ao estilo Super Smash Bross, o  Playstation All-Stars Battle Royale.
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Então, o que faz a série Crash Bandicoot estar viva até hoje, mesmo que por aparelhos?
A palavra que define tudo isso em minha opinião é: diversão. Os jogos eram divertidos, as fazes construídas para trazer diversão, os inimigos e até mesmo as mortes de Crash também. Ele não falava, apenas saía andando com seu estilo único, com aquela máscara maluca na cara. E o melhor, desde o primeiro até o terceiro game, houve apenas evolução, tanto que em minha opinião, Crash Bandicoot 3: Warped está a frente de seu tempo, seja em gráficos, level design, jogabilidade e diversividade. Hoje em dia, jogando Rayman Origins /Legends, ao ver o time trial, onde pegamos um relógio antes de começar a fase realmente, sempre vem em minha mente esse mesmo tipo de fase em Crash. As relíquias, as fases aquáticas, enfim, era um universo praticamente perfeito.
Porém, mesmo com tudo que o terceiro game nos trouxe, para muitos, Crash Bandicoot 2: Cortex Strikes Backainda é o melhor dos 3, e tenho que concordar que este game envelheceu muito bem. A filosofia do jogo estava praticamente na forma que as fases eram construídas e na mecânica do gameplay. Já no início aprendemos praticamente tudo que Crash poderia fazer, daí pra frente quase nada era adicionado ao personagem, mas sim as próprias fases traziam as diferenças. Pular, girar, agachar e escorregar era praticamente tudo que você tinha que fazer, enquanto ia do ponto A ao B. Claro, existem algumas exceções, como os transportes que apareciam de vez em quando, ou as famosas fases de perseguição do urso polar à Crash, mas fundamentalmente o personagem nunca muda durante todo o game, e isso é uma algo totalmente louvável.
Os cenários ultrapassavam nossas expectativas, apresentando ao jogador desafios interessantíssimos, todos baseados em conceitos que já conhecíamos, porém, totalmente bem executados. Quando você está começando a enjoar de movimentar-se para frente, no senso comum da maioria dos jogos, o game simplesmente muda pra um scroll lateral, onde a maioria dos jogadores não precisavam aprender a jogar pois ali estava a nata dos jogos de plataforma. Quando não estamos usando o pequeno urso polar, tão branco como a neve, correndo enquanto Crash se movimentava em cima dele como um boneco de pano numa cena que se até mesmo se você morresse, o jogo tirava um sorriso do seu rosto.
Portanto, Crash nunca tentou reinventar nada, tudo sempre teve a ver com a familiaridade de já ter visto tudo aquilo em algum game de plataforma, mas não daquele jeito, tudo junto e misturado com aquele personagem sempre cativante.
Mas aí, veio a Activision
Então, um dia, mesmo com jogos sensacionais, os direitos da série foram parar nas mãos da Activision, tornou-se multiplataforma, e nada foi como antes. Jogos sem espírito, que nunca conseguiram usar de maneira satisfatória tudo que a série ofereceu antigamente, mesmo com hardwares mais poderosos, e até mesmo ideias muito boas como aconteceu em Crash Mind Over Mutants, onde Crash podia controlar algumas criaturas subindo em suas costas. No entanto, todo o brilho, e principalmente o personagem nunca foram os mesmos. Crash nas mãos da Activision nunca funcionou, e mesmo assim a empresa detém os direitos até hoje e não larga.
A esperança de vermos Crash como nas antigas veio à tona quando estes boatos que mencionamos lá em cima, no começo da matéria, surgiram. Com a chegada do PS4, os comentários de Mark Cerny e os vídeos virais que poderiam indicar o retorno do personagem, rumores foram surgindo e cada dia mais se fortalecendo, dizendo que o game estaria sendo comprado pela Sony, e novamente tornaria-se exclusivo, o que poderia render um tratamento diferenciado. Porém, a Activision tratou de desmentir os boatos, disse que mantém com firmeza todos os direitos sobre o personagem, não pretende vendê-los e está a imaginar como poderá trazer Crash à ativa, da forma que os fãs querem. No entanto, o que estamos vendo é um personagem com grande potencial curtindo a aposentadoria forçada que lhe deram.
E eu no lugar da Activision, com tanta gente querendo um novo e bom game do universo de Crash aproveitaria o hype que se cria a cada novo boato e criaria um produto de qualidade. Mas conhecendo a Activision e quantidade de replays que ela traz pra gente todos os anos, com jogos parecidos com o que ela lançou no ano anterior, não me empolgo nem um pouco. Tomara que eu morda a língua um dia.
Mas afinal, porque Crash precisa voltar?
A resposta é muito simples: ele é tão grande quanto Mario e Sonic! Eu sei que muitos vão contra essa ideia, porém é indiscutível que até mesmo Sonic já foi questionado e aos poucos está voltando à sua forma original,Mario nunca deixou de ser Mario, o que é surpreendente, mas Crash simplesmente ficou esquecido. E ele deve voltar nas mãos de outra empresa, e não da Activision. Talvez a dona da série Call of Duty simplesmente deixe a produção aos cuidados de outra produtora, mas o problema dela sempre é a questão do prazo e quando algo faz sucesso, eles querem transformar em um caça níquel. Veja porque HaloGears of War, God of War,Uncharted, Mario, Zelda e tantos exclusivos não caem nesse ciclo. Nenhum destes jogos possui a responsabilidade de ser anual e todo o processo de produção é minucioso, sempre buscando a qualidade e não a quantidade. Crash precisa do mesmo tratamento, e precisa figurar novamente em nossos consoles porque ele é um personagem diferenciado.

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