Viajando pela estrada conhecida como Route 61, nos EUA, é possível chegar à folclórica cidade de Centralia, no estado da Pennsylvania. Se em 1981 a pequena cidade tinha cerca de 1.500 habitantes, hoje a população não ultrapassa pouco mais de 10 residentes e resistentes. O motivo? O fogo que queima por baixo das ruas desde 1962, em uma história bizarra o bastante para inspirar a criação da cidade-fantasma que serve de ambientação para os games da série “Silent Hill” e também para os filmes Terror em Silent Hill e Silent Hill: Revelação 3D (Silent Hill: Revelation 3D), que a PlayArte estreia em circuito nacional no próximo dia 5 de julho.
A trama macabra, que já dura mais de 50 anos, começou no dia 27 de maio de 1962. Centralia já era uma cidade de mineração de carvão em declínio quando os bombeiros atearam fogo ao aterro sanitário municipal, em uma tentativa fracassada de limpar a região para o Memorial Day, o feriado norte-americano em celebração aos soldados mortos em combate. O fogo acabou inflamando o carvão e, ao longo dos anos, se espalhou para a vasta rede de minas sob as residências e prédios comerciais, ameaçando os moradores com gases venenosos e buracos perigosos eternamente emanando fumaça. Depois de anos de batalha legal a respeito do futuro da cidade, no final dos anos 1980 milhares de pessoas se mudaram e por volta de 500 estruturas foram demolidas graças a um programa federal no valor de US$ 42 milhões.
Nas ruas desertas, o fogo ainda queima – por mais que alguns moradores, agora vivendo mais próximos da região das montanhas, insistam em ficar, afirmando que as chamas não representam mais perigo e acusando o governo e as companhias mineradoras de uma espécie de plano conspiratório. A respeito da ameaça do fogo, o geólogo Tim Altares, do Departamento de Proteção Ambiental da Pennsylvania, afirmou em entrevista ao The Huffington Post que, embora as temperaturas nos poços de monitoramento estejam em baixa, o fogo ainda é uma ameaça, pois tem o potencial para abrir novos caminhos para os gases letais atingirem as casas restantes. “Esta é a grande ameaça a ser considerada mesmo quando o fogo abandonar a área”, afirmou Altares.
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